Um branco californiano

Encontrar um bom vinho californiano no mercado brasileiro não é uma missão das mais fáceis. Os EUA são os maiores consumidores de vinho do Mundo e esse consumo não para de crescer. Em 2011 foram "derrubadas" aproximadamente 2,808 bilhões de garrafas pelos ianques, sendo que o consumo dos fermentados nacionais já supera os importados. Quase toda a produção americana é absorvida pelo mercado interno, ficando difícil para as importadores trazerem bons rótulos com preços acessíveis.
Essa semana, para a minha surpresa e da minha mulher Eliane, encontramos uma preciosidade na Loja/Restaurante Apreciatti no Shopping Tijuca. O achado foi um Castoro Cellars viognier 2007 pela "bagatela" de R$59,00.       


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Esse ótimo branco californiano é produzido pela Castoro Wines em Paso Robles, que é uma área produtora de vinho localizada no Condado de San Luis Obispo/California.
A viognier é uma casta branca oriunda do Rhône, mas com uma característica que a difere das outras brancas francesas: Adapta-se muito bem ao sol e calor, como no caso do oeste americano. Seus vinhos são caracterizados por forte aroma de frutas maduras e açucaradas (abacaxi, maracujá e manga).

Bons brindes e aproveitem os brancos nesse verão brasileiro  !

Alterações na Diretoria da SBAV-RIO

Para surpresa de muitos associados da entidade, essa semana foi anunciada a saída de Paulinho Gomes e Paulo Nicolay, fundadores da SBAV-Rio em 2007. Assume interinamente a Presidência, o atual Diretor Social Affonso Nunes.
Segue abaixo comunicado na íntegra:


Amigas e amigos do vinho,

Como já deve ser do conhecimento de vocês, assumi a presidência interina da Sbav-Rio em função dos pedidos de afastamento dos fundadores Paulinho Gomes e Paulo Nicolay, respectivamente presidente e vice-presidente da nossa entidade.

Antes de mais nada, em nome de todos os associados, dirijo um agradecimento aos dois por todo o trabalho realizado desde a construção da entidade. Foram anos de dedicação que merecem ser reconhecidos por todos. Temos a certeza de que mesmo fora da diretoria tanto o Paulinho quanto o Nicolay seguirão intimamente ligados à Sbav-Rio.

Desde sua fundação, em 2007, a Sbav-Rio consolidou-se como uma alternativa para quem aprecia o vinho e não faz questão da formalidade excessiva, assim como dá valor ao conhecimento deste vasto universo, mas não abre mão da alegria e da descontração. Tenho um amigo que costuma repetir que, ao longo de sua vida, não fez nenhum amigo bebendo leite. Na Sbav-Rio, o vinho nunca está de gravata!

A filosofia de trabalho da Sbav-Rio já está consolidada. Nosso desafio agora é ampliar os horizontes da entidade, incorporando mais e mais pessoas à nossa caminhada.

É sabido que o consumo de vinho vem crescendo de forma consistente no Brasil. Isso significa a chegada de novos consumidores ao mercado e é dever da Sbav-Rio contribuir para que esses novos consumidores possam degustar mais e melhores vinhos.

Desejamos refletir, de forma profunda, os formatos de nossos eventos para que possamos atingir um universo maior de pessoas, aumentar nosso quadro associativo e, conseqüentemente, fortalecer nossa entidade.

Convoco cada associado a aderir a este projeto da forma que lhe for possível. O tempo é de dialogar, de ouvir, de abrir-se ao novo. Também é tempo de somar forças, resgatar os amigos de vinho que por algum motivo acabaram se afastando de nosso convívio.

O tempo que vislumbramos é o tempo de parcerias. O melhor caminho é aquele que se trilha junto. E se for com uma taça à mão, melhor ainda.

Enoabraços,
Affonso Nunes - Presidente Interino

Degustação na SBAV-RIO

Esta semana eu e minha esposa participamos de mais uma tradicional degustação realizada pela SBAV-Rio na sua bela sede de Botafogo (Rua Martins Ferreira, 71). Promovida pela Domno, importadora do Grupo Valduga, com vinhos da França e Portugal.
Comandada pelo Diretor Social Affonso Nunes, que fez as honras da casa; Jones Valduga, Diretor Administrativo da Domno e o enólogo Márcio Mortari, Gerente Regional de Vendas apresentaram o seu portfolio de franceses e portugueses.
Foram degustados os seguintes vinhos:

Espumante Domno Ponto Nero Brut - Garibaldi/RS - Brasil
Produzido pelo método charmat (diferentemente do método champenoise, o vinho é submetido à segunda fermentação em tanques de aço inox e não na própria garrafa, sendo engarrafado sob pressão) pela própria importadora no Vale dos Vinhedos, com o corte de 60% de chardonnay, 30% de pinot noir e 10% de riesling.
Apresentou cor amarelo-palha, notas de frutas tropicais e maça; assim como acidez equilibrada e boa cremosidade.
Preço tabela: R$31,00
Bom custo benefício! Boa dica para as festas desse final de ano!

Antoine Moueix Bordeaux Blanc 2009 - França
Produzido pela vinícola do mesmo nome em Saint-Emilion/Bordeaux, esse branco feito 100% com sauvignon blanc, passa 6 meses em carvalho francês. Aromas de frutas cítricas e flores brancas, estava bem mineral e com acidez agradável.
Preço tabela: R$84,00
O preço é um pouco mais "salgado" que os diversos brancos disponíveis no mercado brasileiro, mas trata-se de um sauvignon blanc bem diferente que os chilenos e argentinos que estamos acostumados a beber com a mesma casta. Esse francês é bem mais estruturado e libera uma riqueza de aromas maior que os sulamericanos.

Catedral Dão DOC 2008 - Portugal
Com 50% de tinta roriz, 30% de alfrocheiro e 20% de touriga nacional; esse tinto produzido no Dão pela Vinícola Caves Velha do Grupo português Enoport se destacou na minha opinião pelo seu bom custo benefício. Passou 6 meses em carvalho. Notas de tostados, especiarias e frutas vermelhas.
Preço tabela: R$35,00
Boa dica para acompanhar o bacalhau do natal!

Magna Carta Reserva 2008 - Portugal
Também da Caves Velha, esse é do Alentejo com 40% syrah, 40% aragonês e 20% de alicante bouchet; passando 9 meses em carvalho fancês. Mostrou jovialidade, corpo médio, leve acidez e aromas frutados, principalmente ameixa e amora. A presença de madeira é também bem sentida.
Talvez possa até melhorar com o tempo.
Preço tabela: R$68,00
Um ótimo vinho e uma boa dica para aqueles momentos mais especiais. O preço não é nenhum absurdo.

Château Tour de Capet 2009 - França
De Saint-Emilion e da Antoine Moueix, esse tinto é um básico de Bordeaux com o tradicional corte da região: 80% merlot, 10% cabernet franc e 10% cabernet sauvignon. Passa de 12 meses em carvalho. Apresenta cor rubi, aroma de frutas vermelhas maduras e com boa estrutura na boca.
Preço tabela: R$138,00
Na minha opinião perde no custo benefício para os bons chilenos e argentinos na categoria que compete.

Chapelle Saint-Martin 2009 - França
Outro de Saint-Emilion da mesma vinícola acima. Outro corte tradicional da região mas com um tempo menor de barril que o Tour de Capet (6 meses). Os 70% de merlot, 25% de cabernet franc e 5% de cabernet sauvignon lhe dão uma cor vermelha mais para o grená, aroma intenso lembrando compota de frutas vermelhas e mirtilo, apresentando uma boa estrutura na boca.
Preço tabela: R$79,00
Tem preço e estilo para brigar no mercado brasileiro. Vale a pena provar.

Quinta do Boição Special Selection 2008 - Portugal
Da Caves Velha mas da Região de Estremadura (Lisboa DOC), esse tinto com 60% de touriga nacional e 40% de syrah não decepcionou, tornando-se na minha opinião e da minha esposa a estrela da noite. Um grande vinho que pode com certeza evoluir ainda mais nos próximos 4 anos. Talvez mereça uma decantação. Passou 12 meses em barricas de carvalho francês. Cor vermelha mais escura, notas de especiarias muito finas em companhia de um ligeiro tostado; alguns presentes na degustação preceberam um verdareiro "molho de tomate rico em majericão". A baunilha também estava presente no aroma. Grande volume na boca, encorpado e vigoroso.
Preço tabela: R$215,00
Por conta do preço, que eu acho justo pela qualidade desse caldo, deve ser reservado para momentos especiais e de preferência decantando-o no mínimo 1 hora antes do consumo.
Grande pedida !

Um bom francês

Todos nós sabemos que não e fácil escolher um bom (e barato) vinho francês aqui no Brasil, principalmente ser for um de Bordeaux. Essa Região do Sudoeste da França e próxima ao Oceano Atlântico possui cerca de 13 mil produtores cultivando mais de 100 mil hectares. Sua produção anual está na casa das 660 milhões de garrafas, tornando-a a maior produtora de vinhos finos do Mundo. Esses números impressionantes tornam a tarefa de separar o joio do trigo bem difícil para aqueles que não são profundos conhecedores da "geografia comercial" local. Bordeaux pode tanto produzir grandes e ótimos fermentados de Baco, como da mesma forma jogar no mercado verdadeiras porcarias.
Achar nos supermercados brasileiros um bom Bordeaux com custo abaixo dos R$50,00 é às vezes uma missão quase sempre frustrante. Bem, "arrisquei" uma compra de um no Supermercado Mundial (presente somente no Rio) pelo valor de R$36,00 (um grande risco) e me surpreendi positivamente.



Trata-se do "Tertre de Calon 2009", produzido pela Maison Querre na famosa sub-região de Saint-Emilion. Ele é produzido com 80% de merlot e 20% de cabernet franc, com a quantidade ideal de álcool (para o meu gosto)12,5%.
O paladar é rico, macio e com frutas vermelhas. Estava bem equilibrado.
Com esse preço, concorre tranquilamente com os bons chilenos e argentinos da mesma faixa.

Bons brindes e teste os franceses!


Teor alcoólico

Para aqueles que bebem vinho há mais de 20 anos já devem ter percebido uma mudança no paladar desse fermentado ultimamente. Isso se deve ao incremento do teor alcoólico, moda criada principalmente pelos produtores da Califórnia, sob as bençãos do polêmico crítico americano Robert Parker. É bom salientar que os californianos que participaram do famoso "Julgamento de Paris" (1976) e ganharam dos franceses em uma degustação às cegas, tinham e têm ainda um teor de álcool baixo.
Em um passado mais longínquo, quando o homem começou a fermentar o mosto da uva, a graduação alcoólica provavelmente não ultrapassava os 11°. Naquela época, as leveduras naturais (ou "selvagens") presentes no ambiente não conseguiam fermentar o açúcar em uma graduação alcoólica superior à esses 11°, no máximo 12°. Essa tradição de vinhos finos e elegantes com essa graduação ainda perdura no Velho Mundo, principalmente na França, Portugal e Itália. Para se ter uma ideia, um dos mais famosos do mundo o Petrus, feito só com merlot tem em média 13%.
Com o desenvolvimento das técnicas de vitivinicultura, em especial a biotecnologia, onde leveduras são modificadas geneticamente ou criadas em laboratório, conseguiu-se que o teor alcoólico passasse a bater a casa dos 14/15°, alguns já chegando quase aos 17°, um verdadeiro "fortificado". Lógico que em regiões mais ensolaradas e quentes como o oeste americano, o teor de açúcar tende a aumentar nas uvas, proporcionando vinhos mais potentes. São as chamadas "Bombas de Álcool e Frutas". Como esses vinhos são mais "fáceis" de beber pela população em geral, essa tendência ganhou corpo no Novo Mundo. Chilenos e argentinos começaram a produzir mais e mais vinhos com mais e mais álcool, agradando críticos das revistas especializadas com pontuações elevadas. Formou-se o ciclo vicioso: "Vinho com mais álcool-pontuação alta-maior venda-vinhos com mais álcool..."
Além disso, começaram a aparecer vinhos com "toques" de madeira, mesmo que esses não ficassem muito tempo em barris. A técnica era adicionar pedaços de carvalho nos tanques para dar o tom no aroma.
Já há um movimento contra essa "fortificação" ou "artificialização". Muitas revistas especializadas já debatem o tema, mas ainda é uma minoria os que defendem um freio nesse avanço na produção do vinho fácil. De qualquer forma, o espaço e mercado para os vinhos mais elegantes (em torno dos 12/13°) sempre estarão garantidos.
Vamos ver!

Bons Brindes e maneire no álcool!

Um chileno e um argentino no jantar

Em recente jantar em minha casa, tive a grata surpresa de experimentar dois ótimos exemplares da vitivinicultura chilena e argentina.
O casal amigo Cury e Tânia levou uma garrafa da Viña Von Siebenthal Carmenère 2010 Gran Reserva. Essa Vinícola foi fundada em 1998 por um advogado suíço no Vale do Aconcagua, região que fica a 90 km de Santiago. Seus vinhos são considerados hoje um dos melhores do Chile. Esse Gran Reserva feito com 85% de carmenère e 15% de cabernet sauvignon é simplesmente fantástico, recebendo 90 pontos do famoso e polêmico crítico americano Robert Parker. Ele envelhece 12 meses em barricas de carvalho, sendo que 30% de primeira utilização.

Possui cor vermelha brilhante. Os Amigos presentes perceberam aromas de frutas vermelhas, caramelo e madeira. Na boca sentimos um corpo médio e com notas levemente doces. Consideramos também uma excelente acidez final. O único problema dele é o preço, pois dificilmente vocês encontrarão por menos de R$100,00 aqui no Brasil. Obrigado Cury e Tânia por essa oportunidade!

O segundo exemplar foi levado pelo casal Márcio e Jussara. Para aqueles que acham que a Terra do Maradona só produz malbec, estão muito enganados. Existem excelentes vinhos produzidos a partir da cabernet sauvignon, e esse Trapiche Medalla 2006 é um grande exemplo disso. Em todas as listas dos melhores argentinos, ele aparece sempre em destaque. Eu diria sem medo de errar, que esse  Medalla 2006 é um dos melhores cabernet sauvignon do Novo Mundo.

Negligenciando a necessidade de decantação, que seria o mais indicado, partimos para a abertura imediata da garrafa. Ao abri-la, visualizamos um vermelho-granada com reflexos alaranjados e até de tijolo, indicando que tinha sofrido algum envelhecimento, ou pior, também de "decadência". Como o vinho era de 2006, havia uma preocupação quanto ao armazenamento, pois o Márcio o tinha recebido recentemente de presente.  
Para alívio de todos e a despeito de não termos decantado antes, ele foi a estrela da noite.
Essas foram as notas identificadas pelos presentes:
Olfato - Frutas vermelhas maduras, compotas, baunilha e alguma pimenta e tabaco.
Boca - Taninos intensos e potentes, deixando um gosto residual bem longo e agradável.
Seu preço no mercado brasileiro gira em torno dos R$90,00.

Bons Brindes e Salve o Chile e a Argentina!

Dois bons brasileiros

Todos sabem da evolução na qualidade dos vinhos nacionais, principalmente nos últimos 10 anos, pena que os bons vinhos nacionais, que estão entre os melhores do Mundo, sejam tão caros.
De qualquer forma, aí vão duas boas dicas:
A primeira é produzida pela gigante Miolo no Vale dos Vinhedos (Bento Gonçalves). Trata-se de um dos ícones da casa (o outro é o Lote 43), o Merlot Terroir, cuja a safra 2005 foi premiada em uma degustação às cegas em Londres. Eu bebi o 2008 e realmente é muito bom.
Não tenho dúvida que a uva "símbolo" brasileira será a merlot, pois ela encontra terreno apropriado na Serra Gaúcha. Ela é menos tânica que a cabernet sauvignon e a malbec e de maturação mais precoce, com aromas marcantes de frutas vermelhas escuras e maduras.
A Loja virtual da Miolo está vendendo cada garrafa por R$75,00, mas o preço não deve variar muito disso no mercado, mas não é fácil de achá-lo. A premiada e famosa safra 2005 é mais rara de encontrar e não sai por menos de R$120,00.

A segunda dica vem de um produtor pequeno também do Vale, a Don Laurindo. Eles produzem o excelente Don Laurindo Reserva 2008, um corte de malbec, tannat e ancellotta.
Sua cor é de um vermelho rubi intenso, muito agradável e frutado, com aroma presente de carvalho, mas sem exagero. No paladar é sedoso e agradável. O surpreendente é o seu baixo teor alcoólico de somente 12°, já que a tendência do Novo Mundo é por vinhos muito mais graduados.
No mercado ele está custando em torno de R$65,00.


Abraços e Bons Brindes!

Harmonização

Muito já se falou que o vinho não é uma bebida de happy hour. Diferentemente da cerveja ou do whisky, as quais conseguimos beber facilmente com os mais variados petiscos, e até sem nada para acompanhar, o vinho exige uma companhia mais sofisticada que as coxinhas e pasteis de praxe.
Concordo que há certo exagero dos puristas quando o assunto é o casamento de um prato com a bebida de Baco. Mas "afetações" à parte, um mínimo de bom senso químico deve prevalecer.  E o que a química tem a ver com essa história? Muita coisa.
Antes de qualquer coisa é importante lembrar que o vinho é o resultado da fermentação da uva (degradação química do açúcar através de leveduras, transformando-o em álcool). O produto final, que lhe dá características peculiares, deve possuir principalmente: Acidez, adstringência e obviamente teor alcoólico; e aí aparece a química para explicar (ou a biologia).
Essas três características básicas são primeiramente percebidas pelas papilas gustativas na língua e que conferem os sabores primários (doce, salgado, ácido e amargo), mas se você ingere um alimento que "compete" nas mesmas papilas com acidez  e condimentação exageradas, um dos lados sai perdendo, e geralmente é o vinho.  A recíproca também é verdadeira, pois se você bebe um tinto mais intenso e com taninos mais presentes (maior adstringência) com uma comida mais "leve" e menos untuosa (peixes, saladas, etc), o prato simplesmente desaparece. Leve isso em conta quando decidir juntar um vinho à uma comida qualquer.  Para uma boa harmonização, o preceito "dos opostos que se atraem" nunca deverá ser tentado. Tanto um vinho tinto pode "destruir" um prato leve, como uma comida apimentada ou carregada no tempero pode inutilizar um bom merlot ou pinot noir. Para que isso não aconteça, é melhor usar o chavão do casal ideal: "Um completa o outro". Mesmo respeitando o sagrado direito de escolha e gosto de cada um, algumas regras definitivamente precisam ser seguidas:
Nunca e em tempo algum façam as seguintes combinações:
  • Nenhum vinho com pratos temperados e/ou carregados no... Limão, laranja, kiwi,  pimentão, alcachofra, aspargo, couve, condimentos, molho de soja tipo shoyu, wasabi, gengibre, curry, dendê, alho, vinagre, amendoim, azeitona e molho agridoce.
Combina, NÃO combina:
  • Vinho tinto (com exceção talvez do pinot noir) NÃO combina com peixes ou frutos do mar. Para esses pratos COMBINE os brancos e espumantes.  O único peixe que harmoniza bem com um tinto é o bacalhau, mesmo assim se for em posta e na brasa, e sem os temperos citados acima. Poderíamos também abrir um precedente para uma sardinha portuguesa na brasa com um tinto fresco e jovem da Terrinha (com as suas uvas nativas); 
  • Aves COMBINAM melhor com brancos e espumantes, mesmo que muitos achem que o pato e o ganso podem ir bem com os tintos, por terem a carne mais "forte" e  gordurosa. A única exceção fica com o avestruz, cuja a carne mais parece filet mignon. Essa ave COMBINA com tinto;
  • Vinho branco NÃO combina com carnes vermelhas ou de caça. COMBINE com qualquer tinto de sua preferência;
  • Carne de porco COMBINA melhor com vinho branco, mas os tintos não estão descartados, dependendo muito do tempero dessa carne. Para as costeletas de porco defumadas, eu prefiro um tinto;
  • Sei que serei xingado, mas outra incompatibilidade do vinho, e aí eu me refiro a todos (brancos, tintos, rosés e espumantes), é com a cozinha oriental. Apesar de muita gente boa indicar brancos e espumantes com culinária japonesa, considero que esse dois universos nunca devam se encontrar. O preparo e o tipo de alimento ingerido pelos nossos bravos irmãos do outro lado do planeta NÃO combina com uma garrafa de vinho. Sem trocadilhos, não rola química. Sugiro uma cerveja leve.
  • Sopas NÃO combinam com nenhum vinho. Única exceção: Sopa de cebola com um Beaujolais;
  • Feijoada ou comidas "exóticas" (dobradinha, mocotó, buchada, etc...) NÃO combinam com nenhum vinho. Para essa ocasião "bate-entope", existem as cachaças e cervejas.
E o famoso "queijo com vinho"? Eu acho o casamento bom, mas tenha cuidado na escolha dos parceiros.
  • Queijos frescos, curados e brancos moles = espumantes ou branco sauvignon blanc;
  • Queijos semiduros = brancos riesling ou gewürztraminer;
  • Queijos duros = tintos encorpados (syrah, cabernet sauvignon, malbec, tempranillo e tintos italianos ou espanhóis);
  • Queijos azuis (com bolor) = vinhos doces, do Porto ou Sauternes.
Bons brindes e boa harmonia!

A novela da salvaguarda

Mesmo para quem não é um bebedor frequente, já deve ter ouvido falar da "famigerada" salvaguarda do vinho. De qualquer maneira, vale a pena recapitular essa novela...

No D.O.U. do dia 15 de março desse ano, foi publicada a circular nº 9 que abriu o processo  de salvaguarda para o vinho nacional. Nessa circular, nos é informado que: "há indícios suficientes de que as importações brasileiras de vinhos aumentaram em condições tais que causaram prejuízos graves (sic) à indústria doméstica. Esses indícios levaram a Secretaria de Comércio Exterior a abrir investigação para averiguar a necessidade de aplicação de medidas de salvaguarda".
Salvaguarda, como está descrito no site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, tem como objetivo: "Aumentar temporariamente a proteção à indústria doméstica que esteja sofrendo prejuízo ou ameaça grave, decorrente do aumento em quantidades das importações, em termos absolutos ou em relação à produção nacional, com o intuito de que durante o período de vigência de tais medidas a indústria doméstica se ajuste, aumentando a sua competitividade".

Esse pedido de salvaguarda do vinho foi protocolado em junho de 2011 por quatro importantes entidades sediadas no Rio Grande do Sul, são elas: IBRAVIN (Instituto Brasileiro do Vinho), UVIBRA (União Brasileira de Vitivinicultura), FECOVINHO (Federação das Cooperativas do Vinho) e o SINDIVINHO (Sindicato da Indústria do Vinho do RS. Lógico que por trás delas estão os maiores produtores de vinho da Região, que são inclusive grandes exportadores (só para citar três gigantes: Miolo, Salton e Aurora). Caso seja aprovada, será estabelecido cotas por país, com exceção da Argentina e do Uruguai, beneficiados pelo Mercosul. Resumindo... Não poderemos importar mais do que um limite de garrafas por país, limite esse estabelecido pelo que foi importado em 2011, acrescido de um "pequeno percentual" ainda indefinido.

A reação foi imediata. No dia seguinte à publicação, Pedro Hermeto, proprietário do renomado Restaurante Aprazível em Santa Tereza, retirou de sua carta todos os rótulos brasileiros de vinícolas envolvidas no pedido de proteção. A partir daí, outros restaurantes famosos seguiram essa conduta (DOM, Sudbrack e Piselli). As grandes importadoras, que são as principais afetadas, logo se posicionaram radicalmente contra. Ciro Lilla, dono da maior importadora do Brasil, a Mistral, afirmou que: "O processo apresentado pelos produtores gaúchos está repleto de erros afirmações e dados errados. A adoção dessa salvaguarda representaria uma violência jurídica que prejudicaria os consumidores, comprometeria o Brasil e seria facilmente derrubada na OMC.
Sentindo a pressão, A Salton voltou atrás e emitiu uma nota em que não compactuava com a posição da IBRAVIN.

Na semana seguinte, a União Européia manifestou ao Brasil preocupação com essa possível medida. Não custa lembrar que essas medidas são passíveis de retaliação, e que os nossos vinhos estão começando a entrar no mercado europeu. Temos aí um clássico exemplo de "tiro no pé"

No dia 28 de junho aconteceu em Brasília a audiência pública desse processo, onde os advogados das partes envolvidas colocaram as suas considerações jurídicas. Os especialistas que acompanharam a sessão concluíram que a tendência é que o governo não entre nessa tremenda "furada".

A última informação que temos do imbróglio é do blog do Guilherme Barros da Isto é Dinheiro. Ele afirma que:  "O gato subiu no telhado para os produtores riograndenses"; segundo Guilherme, "a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento concluiu que não há base para conceder o benefício". Fiz uma pesquisa agora na Camex e não há nenhuma publicação ou resolução a respeito ainda.

MINHA OPINIÃO
Toda a argumentação dos produtores reclamantes se baseou no fato que a crise financeira mundial, principalmente a européia, obrigou os produtores do velho Mundo a mirar o mercado brasileiro, desequilibrando a balança comercial e prejudicando as vendas e consumo do produto nacional... Pura balela. O que faz o consumidor, seja ele tupiniquim ou de qualquer parte do Mundo escolher um produto, está sedimentado nos conceitos clássicos de demanda: Necessidade, disponibilidade, qualidade e custo.
Não devemos esquecer que os impostos que incidem sobre os vinhos estrangeiros já são estratosféricos. Para se ter uma ideia, um bom Brunello de Montalcino sai no EUA por uns R$120,00. Aqui não sai por menos de R$300,00.

Todos nós concordamos que os vinhos brasileiros evoluíram muito nos últimos anos, dando um salto quase quântico em relação ao lixo que era produzido na década de 70. Quem não se lembra dos vinhos "suaves ou rascantes" que bebíamos nos indefectíveis garrafões, mas parecidos com refresco de uva misturado com álcool de farmácia. Hoje o vinho brasileiro alcançou um bom prestígio internacional, graças à preocupação com a qualidade e principalmente pela exposição à concorrência nos últimos anos. O que os produtores gaúchos  deveriam brigar é pela redução dos nossos tributos federais, sempre lá nas alturas. O que limita o consumo interno dos nacionais é o preço cobrado nas prateleiras de supermercados e cardápios de restaurantes. O nosso bom vinho (um Miolo Terroir por exemplo) sai bem mais caro que um similar em qualidade vindo do Chile.

Bom, esperemos. Enquanto isso bebamos os importados sem culpa.

Surpresa grega 2

Os gregos continuam surpreendendo positivamente. A mesma vinícola do Rapsani 2008 a Tsantali, mandou para o Brasil via Carrefour, o Nemea reserva 2007. Desta feita um varietal com a casta nativa agiorgítiko. Essa uva é uma das mais representativas da Grécia (também chamada de São George).
É um vinho bem fácil de se beber, com sabor de cereja ou frutas vermelhas, além de couro. Pela proximidade com a Itália, esses gregos lembram bastante os italianos da Toscana.
O custo no supermercado saiu por R$36,00. Vale a pena provar!

Taças

Ninguém duvida que uma das bebidas mais "charmosas" é o fermentado da uva, seja ele um tinto, um branco ou um espumante. Tanto o ritual da degustação como o da harmonização com um saboroso prato, encantam e dão prazer a todos nós. Para não estragar o momento com os amigos ou com a amada (o), a escolha da melhor taça é essencial, e se for de cristal melhor ainda. Não é frescura não! O copo ou taça de cristal é o melhor recipiente que se conhece para beber qualquer bebida.

A mineralogia explica que na verdade o vidro cristal e o vidro comum são quase "gêmeos" univitelinos, a diferença está na composição. O que chamamos genericamente de cristal é composto somente de óxido de chumbo e de sílica; já o vidro comum é feito com sílica, óxido de alumínio, óxido de sódio e óxido de cálcio.
Existem padrões internacionais de classificação; como exemplo, os ingleses estabelecem um padrão de 24 a 30% de óxido de chumbo para os cristais de qualidade. A presença do chumbo na composição confere à taça mais leveza, delicadeza e sonoridade; sua espessura é mais fina e sua parede mais porosa. O cristal tem o brilho mais intenso e alto poder de refração da luz. Essas características proporcionam três vantagens sobre o vidro comum:
Melhor visualização da coloração do vinho, melhor conservação da temperatura e melhor concentração de aromas.

Lógico que elas acabam sendo mais caras e frágeis, mas acho que vale a pena o investimento. Também não se preocupem com uma "possível" contaminação por chumbo, muito presente na composição do cristal, pois para que ele comece a ter algum risco para a saúde, a bebida teria que ficar pelo menos um ano direto em contato com a parede da taça, e isso é impossível de acontecer.
Existem diferentes formatos de taças, adequadas para cada tipo de vinho (para se ter uma ideia, há fabricantes que produzem mais de 400 tipos). Para não errar, o mais fácil é se ater no padrão básico, como segue abaixo:

Modelo Bordeaux
Tem o bojo grande com a borda mais fechada, que ajuda na concentração dos aromas. É indicada para vinhos com taninos mais ricos e encorpados, como os feitos com: Cabernet sauvignon, merlot, syrah e tannat.

Modelo Borgonha
Tem o formato balão (bojo maior que as de Bordeaux) para que tenha mais contato com o ar , liberando os aromas mais rapidamente. É ótima opção para os vinhos elaborados a partir da uva pinot noir (típica da região de Borgonha). A pinot noir origina vinhos geralmente mais complexos e concentrados (pelo menos deveria ser assim), daí a necessidade de maior "aerificação".

Modelo para vinhos brancos
Ela tem o formato muito parecido com as de Bordeaux, a diferença está no tamanho que é menor. A lógica está na temperatura de serviço dos brancos que é mais baixa que a dos tintos. Quanto menor o recipiente, menor é a troca de calor com o ambiente.

Modelo para espumantes ou champanhe
É a que chamamos de flûte ou flauta. A taça fina favorece a efervescência e os aromas, assim como facilita a observação e o fluxo das borbulhas.

Não podemos também esquecer das taças dos fortificados ou vinhos doces. Obviamente como esses tipos de vinho são bebidos em menor volume, as taças precisam ser bem menores. Para os chamados "digestivos", os famosos licores, podemos usar as mesmas taças.

"Bons brindes" !!!

Surpresa grega

Bebi ontem um belo exemplar da vitivinicultura grega que é coisa rara aqui no Brasil. Trata-se do Rapsani 2008 da Vinícola Tsantali (Região de Halkidiki). Produzido com um corte das uvas autóctones: xinómavro, stavrotó e a krasáto... Um vinho muito fresco que cai bem com qualquer carne vermelha e molho aromático.
O que mais sobressai são os aromas fortes de couro e tabaco.
O Carrefour está importando e nas suas lojas está sendo vendido por cerca de R$35,00. Bom custo-benefício. Vale a pena provar!

O mercado dos importados em 2012

Na sua edição de agosto, a Revista Adega publicou resultados do 1º semestre da participação dos vinhos finos importados no mercado brasileiro (nessa análise não inclui os espumantes). A fonte foi: MDCI, BACEN e SRF.
Em valores (US$) o mercado como um todo cresce 14,9% no período e em volume 12,6%. Os países com maior crescimento foram: Espanha, Chile e Portugal. Na outra ponta, Itália foi o país que perdeu, tanto em valor como em volume (-11,4% e -15,0% respectivamente); já a Argentina perdeu em volume  (-5,2%) mas cresceu em valores (7,6%), mostrando que os hermanos estão priorizando os vinhos de maior qualidade e valor agregado.
Devemos também considerar a valorização do dólar frente ao real nesse período, que impactaram o crescimento do mercado em valores. Vejam o share abaixo por país:

PAIS TOTAL USD 2012 PART $ 2012 PART $ 2011
CHILE 40,072,695 36,6% 33,1%
ARGENTINA 22,961,058 21,0% 22,4%
PORTUGAL 15,408,681 14,1% 14,1%
ITÁLIA 11,676,062 10,6% 13,7%
FRANÇA 7,994,289 7,3% 7,5%
ESPANHA 5,154,297 4,8% 4,5%
OUTROS 6,125,205 5,6% 4,7%
TOTAL BR 109,392,287
*VOLUME 2012 PART VOL 2012 PART VOL 2011
CHILE 1.380 MIL 41,4% 37,9%
ARGENTINA 646 MIL 19,4% 23,0%
PORTUGAL 453 MIL 13,6% 11,3%
ITÁLIA 448 MIL 13,5% 17,5%
FRANÇA 117 MIL 3,5% 3,4%
ESPANHA 118 MIL 3,6% 2,7%
OUTROS 164 MIL 4,9% 4,1%
TOTAL BR 3.329 MIL

*garrafas











Vitinicultura na África do Sul

Nesse país localizado na ponta sul do continente africano, as primeiras mudas de parreiras chegaram pelas mãos dos holandeses no século XVII, sendo plantadas no entorno da Cidade do Cabo. A produção de vinho incrementou mais com a chegada dos primeiros imigrantes franceses (protestantes oriundos da Região de Bordeaux), que trouxerem sua experiência na vitivinicultura.
Durante o período nefasto do apartheid, a África do Sul sofreu forte boicote aos seus principais produtos, entre eles o vinho, tornando-se um produto de consumo interno e com uma qualidade sofrível. Após a queda do regime segregacionista, o país se adaptou às novas exigências do mercado mundial, conseguindo um salto de qualidade na produção do fermentado de Baco (uvas de melhor qualidade, rendimento mais baixo por hectare, melhor técnica de armazenamento, etc). Hoje a África do Sul é um doas mais importantes produtores do Novo Mundo, com exportações crescentes e boa penetração no mercado americano e europeu.
As principais regiões produtoras ficam em um raio de 100 km da bela Cidade do Cabo, são elas: Stellenbosch, Paarl, Franschhoek e Contantia.
A uva símbolo é a pinotage, que surgiu em 1925 do cruzamento da pinot noir e da cinsault (lá a cinsault é conhecida pelo nome de hermitage, daí o nome pinotage). Os varietais produzidos com essa cepa são bem interessantes e saborosos. Vale a pena experimentar, pois há uma grande disponibilidade no Brasil com preços bem acessíveis. Também se produz ótimos cabernet sauvignon, merlot e syrah; verietais e em cortes.
Quando se fala em brancos, a sauvignon blanc é mais importante e com maior produção. Há também bons brancos com a chenin blanc.
Algumas dicas de marcas abaixo, encontradas no mercado brasileiro:
Obikwa, Twenty 10, Steenbergh, Fleur du Cap, Namaqua, Nederburg, Simonsig e Plaisir de Merle 

ÁFRICA DO SUL EM NÚMEROS:
Produção: 9.783.000 hl
Consumo no país: 3.557.000 hl (per capita de 7,2 litros/ano)
Superfície dos vinhedos: 133 mil hectares
Importação: 141.000 hl
Exportação: 3.126.000 hl

Garrafas

Não resta dúvida para ninguém (acho que pelo menos para a maioria) que a melhor forma de armazenar qualquer bebida é a garrafa de vidro (falarei das embalagens bag-in-box em outra oportunidade). Uma rápida pesquisa informal entre os diferentes bebedores de cerveja, cachaça, uísque, vodka, refrigerante, água, etc; chegaremos a conclusão que o recipiente feito a partir de dióxido de silício, carbonato de sódio e carbonato de cálcio (a composição básica do vidro) é a melhor forma de guardar qualquer líquido, principalmente para consumo.
Alguns historiadores afirmam que os fenícios teriam descoberto o vidro em 3.000 AC. Também há relatos ou evidências do seu uso por volta de 1.500 AC pelos egípcios. Foram os romanos que incrementaram a sua produção e uso, mas inexplicavelmente, ela desapareceu com a queda do seu Império. O Império bizantino foi o responsável pela reintrodução da garrafa de vidro na Europa; mas foi somente no século 16 em Veneza, que essa indústria começou a se sedimentar.
Até a Itália começar a armazenar vinho em garrafas no século 17, esse fermentado era colocado nos mais diferentes recipientes existentes na época (pipas de barro, cabaças, ânforas e por aí vai...), proporcionando um sabor bem diferente do atual, para não dizer intragável (eu acho...).
O grande impulso na produção industrial de garrafas de vinho se deu no inicio do século 20, surgindo a partir daí, diferentes formas e tamanhos na Europa, espalhando-se assim pelo mundo afora.
Seguem abaixo os formatos e tamanhos mais usados no Mundo. As “Clássicas”:

BORDALESA
Originária da Região de Bordeaux, ela é a mais usada no Mundo e praticamente presente em todas as residências, supermercados e restaurantes. As exceções são os vinhos feitos a partir das castas: Pinot noir, chardonnay e syrah (de alguns países); dos espumantes, os doces, os fortificados e de determinadas regiões (Alsácia, Borgonha e Rhône). Ela tem “pescoço longo e ombro abrupto”, com a cor mais para o escuro, obviamente para proteger o vinho da luminosidade.

BORGONHESA
Como o nome sugere, ela é oriunda da Borgonha e usada para todos os vinhos dessa Região e muitos do Vale do Loire e Rhône, assim como para os vinhos feitos das castas pinot noir e chardonnay. Ela tem formato um pouco mais largo na base e bojo, quando comparada à bordalesa, sem “ombro” e com afinamento gradual até o gargalo.

RENANA E ALSACIANA
Mais alta e delgada que a borgonhesa, ela é usada na Alsácia (França) e na Região do Reno (Alemanha). São apresentadas nas cores: Verde, preto, caramelo e azul.


CHAMPAGNE
Usada para todos os espumantes de todas as regiões ao redor do planeta, essa formato clássico criado na Região de Champagne é inconfundível até para um ET. Ela é mais alta que as demais, com uma espessura de casco mais grossa para suportar a pressão do gás carbônico presente nesse vinho.

OUTRAS FORMAS
Do Chianti
Italiana, da região da Toscana, é denominada fiasco, bojuda na base e revestida de palha externamente, tradição antiga para reforçar as garrafas contra quebra.
Do Porto
Portuguesa, semelhante à bordalesa, porém geralmente mais baixa e de linhas mais retas e com vidro mais escuro.
Do Jerez
Espanhola, semelhante à do Porto, porém geralmente mais alta.
Franconia
Alemã, da região de Franken, é denominada bocksbeutel, possui corpo achatado no eixo antero-posterior e bojudo na base.
Do Verdicchio
Italiana, da região de Marches, possui forma semelhante a um violão ou um peixe.

DIFERENTES TAMANHOS
A maioria das garrafas vendidas no mercado mundial, tem capacidade de 750 ml, que poderíamos chamá-la de tradicional; mas existem outras disponíveis, como por exemplo: A meia-garrafa de 375 ml, a miniatura de 187,5 ml (existem também de 175 e 160 ml) e a magnum de 1,5 litro.
Para as champanhes, temos as seguintes garrafas:
Jéroboam
3 litros
Rehoboam
4,5 litros.
Matuzalém ou Imperial
6 litros
Salmanazar
9 litros
Baltazar
12 litros
Nebucodonozor
15 litros

Vinhoterapia

        "Previne o envelhecimento das células, hidrata a pela, tonifica os músculos, provoca risadas, estimula a amizade, ajuda no romance e principalmente... Deixa Feliz !!!"
Feliz dia dos Pais !

Vedação

Um bom armazenamento da bebida de Baco tem que passar pelo teste da vedação. Esse é um dos principais desafios da indústria vitivinícola desde que o Homem achou que o vinho ficaria melhor em garrafas de vidro que em ânforas.
Como o vinho é um "organismo vivo", o seu contato com o oxigênio o faz evoluir até a maturação, decadência e morte; por isso devemos controlar bem essa interação vinho-ar. Existem várias maneiras de se vedar uma garrafa de vinho. Seguem abaixo as principais:

ROLHAS DE CORTIÇA: Elas são elaboradas a partir da casca do sobreiro (Quercus súber) muito abundante principalmente na Região do Alentejo. Portugal produz hoje cerca de 51% das rolhas no mundo.
Por conta das 3 características principais de sua composição (elasticidade, compressibilidade e porosidade) ela é sem dúvida a melhor forma de vedação de uma garrafa do fermentado nobre, sem contar o charme e elegância do ritual da retirada de uma rolha, seja em um restaurante ou em casa. A porosidade mínima da rolha proporciona a evolução e maturidade naturais de um vinho, principalmente se ele for de guarda. Reparem que em toda garrafa, a cápsula de plástico ou metálica que envolve a rolha, tem dois furinhos, que proporcionam aquela "respirada mínima" necessária à bebida.
As cortiças podem ser maciças ou de aglomerados. Lógico que as maciças possuem melhor qualidade de vedação e "sobrevivem" por longos períodos quando bem armazenadas. Elas proporcionam longevidade aos vinhos de guarda que precisam evoluir. Também são bem mais caras, por isso, que só os vinhos de qualidade superior usam essas rolhas.
Já as feitas de aglomerado, são produzidas a partir de granulados de cortiça provenientes do subproduto resultante da produção da rolha maciça. Seu "tempo de vida", segundo os especialistas, é de no máximo 12 meses. Elas barateiam o preço final do vinho, mas só deve ser usada para produtos jovens com alta rotação/consumo. Desconfiem de vinhos de safras antigas com rolhas de aglomerado. Esses podem ser verdadeiras "bombas".
O maior problema da rolha de cortiça é o risco de contaminação pelo TCA (tricloroanilose), fungo que causa odor desagradável na bebida. Os franceses chamam essa contaminação de "bouchonné" (gosto de rolha). Últimas estatísticas revelam que até 6% das garrafas vedadas com rolhas de cortiça são afetadas pelo mundo.
Um outro problema é causado pelo armazenamento em condições desfavoráveis (posição,temperatura, umidade e luminosidade) que podem causar o ressecamento e o consequente esfarelamento da cortiça, estragando o vinho.

ROLHAS SINTÉTICAS: Desenvolvida pela empresa americana SupremeCorq em 1992, ela é fabricada a partir de polímeros e confere as mesmas características de elasticidade e compressibilidade das de cortiça, mas não é indicada para vinhos mais estruturados que precisam envelhecer. Elas são também mais baratas e ecologicamente corretas. Servem bem para vinhos jovens e de "batalha", tomados no dia a dia.
Muitos argentinos e chilenos que bebemos no Brasil vem com essa vedação.

TAMPAS DE ROSCA OU SCREW CAPS: Em crescente uso a cada ano, principalmente na Austrália e Nova Zelândia, essa forma de vedação provoca discussões acaloradas nos purista e conservadores por, segundo eles, "quebrar o clima" no rito de se abrir uma garrafa pelo modo tradicional. Elas são seguras, práticas e baratas; mas só são aplicadas nos vinhos "prontos para beber e de batalha". Nunca imaginem esse tipo de vedação em vinhos mais estruturados ou nos Grand Reserva.


Armazenamento

   Para que possamos aproveitar o que de melhor a bebida de baco pode nos proporcionar, devemos considerar o bom armazenamento (ou guarda) como uma fator primordial. Lembrem-se que o cuidado com a guarda do vinho não se restringe somente após a compra. Tenham sempre o cuidado na escolha do local onde vocês compram seu precioso líquido, pois não existe coisa mais desagradável do que abrir uma garrafa e descobrir que a rolha "se esfarelou" ou que o gosto parece mais um vinagre de tão ácido. Supermercados são boas opções para a compra, principalmente pelo custo-benefício; nesse caso, optem em comprar vinhos mais jovens e baratos, que são os de maior "rotatividade" e raramente ficam encalhados nas prateleiras. Evitem os mais caros e de maior complexidade; esses, por terem um custo maior, ficam mais tempo no estoque, principalmente se o supermercado tiver um apelo mais popular (exceção para os mais sofisticados e localizados em áreas mais nobres da Cidade).
  Uma vez em casa, se você for bebedor regular do "fermentado dos deuses", procure adquirir uma adega climatizada e de preferência sem compressor (as termoelétricas), por conta da trepidação que pode alterar aromas e sabores de um vinho mais elaborado. O problema é que em Cidades muito quentes no verão, essas adegas não conseguem manter a temperatura mínima adequada, pois funcionam com troca de calor. Uma adega de 12 garrafas já atende muito bem. Eu tenho uma Brastemp AllBlack 12 garrafas com sistema eletrônico de refrigeração que passou muito bem pelo teste do último verão no Rio de Janeiro. Coloque-a no local mais fresco da casa, longe da luminosidade e umidade excessivas. (Eu voltarei nesse tema, que merece uma abordagem mais detalhada).
 A posição em horizontal é a melhor forma de evitar o ressecamento das rolhas.
 A temperatura de guarda deverá ser constante e dependendo do tipo de vinho, em torno dos 14° para os tintos e 12° para os brancos. Tem pessoas que gostam de beber vinho branco, principalmente no verão, gelado; ok, não é nenhum sacrilégio, mas evitem temperaturas muito baixas, pois podem alterar muito o sabor (qualquer bebida muito gelada afeta a capacidade das papilas gustativas de "perceber" o sabor das diferentes substâncias).
 Para os tintos, nunca os sirva em temperaturas superiores a 22° ou menores de 12°, pois ficam intragáveis.
 Nunca se deve esquecer que a maioria dos vinhos que consumimos no Brasil são jovens e não melhoram na guarda; podem até ficar um certo tempo armazenados em nossas casas, mas não por muito tempo. Esse vinhos são feitos para consumo imediato (alguns nem passam por barril durante a sua elaboração).
 Os vinhos mais complexos (os Grand Reserva, Reserva Especial, etc), que geralmente durante a sua elaboração, "descansam e evoluem" 18 meses em barris de carvalho; esses sim podem ser guardados por longos períodos de até 10 anos (ou mais se você tiver o privilégio de ter um "medalhado").
 Uma dúvida que sempre nos persegue é o que fazer com a sobra (aquela meia garrafa que não conseguimos beber em um dia). Ela pode ser guardada? Os especialistas dizem que sim, por até 2 dias, mas a minha experiência pessoal mostra que se bem vedadas, "sobrevivem" bem por uma semana.

Ótimas experiências... Portugal

No ranking dos produtores da bebida de Baco no mundo, Portugal ocupa a 12ª posição (últimos dados oficiais disponíveis são da OIV - Organização Mundial de Vinhos de 2007). Considerando o tamanho do País de Camões, essa posição é bem honrosa.
 Apesar de produzir vinhos desde a época do Império Romano, o grande impulso se deu no inicio do século XVIII, com o aumento significativo nas exportações do vinho do porto para a Grã Bretanha. Em 2007, Portugal produziu 6,074 milhões de hectolitros.
 Sua produção se baseia nas inúmeras castas regionais ou autóctones, sendo as principais tintas: Touriga nacional, trincadeira, tinta-roriz, baga, castelão e touriga franca; e as brancas: Alvarinho, encruzado, arinto, bical, loureiro e fernão pires. As principais regiões produtoras locais são: Douro (onde se produz o famoso vinho do Porto), Dão, Alentejo, Bairrada, Minho (Terra do vinho verde), Valpaços, Madeira, Beiras, Setúbal e Algarve.
 Bebi recentemente e gostei muito dos seguintes vinhos da "Terrinha": CARDO REAL 2009 (Região das Beiras). Corte de baga, trincadeira e touriga nacional; CONDE DE SABUGAL 2008 (Região do Douro). Corte de touriga, nacional, touriga franca e tinta roriz. Notas acentuadas de madeira; ENCONTRO 2009 (Região da Bairrada). Corte de touriga nacional, baga e a francesa merlot. Percebe-se frutas maduras e madeira; VINHO BRANCO PICO DO COUTO RESERVA 2010 (Região do Dão). Feita 100% com a uva encruzado. Para muitos especialistas, essa casta se tornará em pouco tempo uma das sensações dos brancos portugueses. Por ser muito equilibrada, tem havido um aumento no seu cultivo. Passou 6 meses em barril de carvalho. Percebi aromas de maça verde e abacaxi.

Ótimas experiências... Espanha

Acho legal compartilhar algumas boas experiências com os Amigos desse blog. Nessa oportunidade compartilharei três ótimos vinhos espanhóis, sendo que dois desses com bom custo-benefício:
 De uns anos para cá, com o aumento do consumo e da apreciação da bebida de Baco aqui no Brasil, cresceu também a oferta de vinho do Velho Continente, que estão chegando no mercado brasileiro com preços mais acessíveis. A Espanha é hoje a 5ª maior produtora de vinho do mundo, com cerca de 6 milhões de hectolitros (1 hectolitro=100 litros) em 2007. Nesse país ibérico e com uma gastronomia rica, produzem-se excelentes vinhos em cortes ou varietais, com a autóctone tempranillo reinando absoluta.                                                                                                                                                     
 Facilmente encontrados em supermercados e restaurantes, bebi recentemente dois: BOYANTE RIOJA 2010 (tempranillo) R$72,00 no cardápio. Frutado e leve na boca; ARTERO 2009 Da Região de La Mancha (tempranillo)R$50,00 no cardápio.
 Achei os taninos bem macios e fáceis de beber, com um aroma bem acentuado de ameixa. Em 2009 tive a oportunidade de beber e que até hoje considero o melhor vinho que experimentei. Foi na casa de um médico conhecido durante um congresso em Paris. Pena que está muito acima do meu padrão de consumo, pois uma garrafa não sai por menos R$600,00 no Brasil.
 A jóia é o REMIREZ DE GANUZA RIOJA RESERVA 2003 (90% tempranillo e 10% graciano). Figura no livro "1001 Vinhos Para Beber antes de Morrer" de Neil Beckett. Simplesmente esplêndido !!!

Os sentidos humanos e o vinho

Dos cinco sentidos conhecidos pelo ser humano, três estão ligados diretamente ao prazer de degustar vinhos, são eles: Visão, olfato e paladar.
 Para nós mortais e meros iniciantes na bebida de Baco, o paladar é o grande desafio. Quem nunca leu comentários sobre vinhos, feitos pelos "peritos da afetação" com os seguintes termos? "Palato gostoso e rico com taninos bem conformados"; "final de boca alegre e cheio de vida"; "mais ou menos denso"; "na boca é estruturado, redondo, untuoso, refinado com taninos macios"; "final de boca persistente"... E por aí vai. Vocês acham que conseguem um dia chegar à esse "nível de sofisticação"? Eu com certeza não. É lógico que conseguimos identificar características biológicas básicas (o doce, a acidez, o azedo, o salgado e o amargo. A soma dessas cinco percepções nos conferem a capacidade de gostar ou não de uma bebida ou comida).
 Para o vinho, o que mais pesa na boca é o seu grau de acidez, graduação alcoólica, sensação de secura e adstringência (causadas pelos taninos presentes nas cascas, sementes e pedúnculos das uvas).
 Já o olfato no meu modo de ver, é a experiência mais rica na degustação, porque sem dúvida desperta diferentes percepções e mergulhos na nossa memória sensorial. Basicamente os aromas dos vinhos se dividem em três grupos: Primários, secundários e terciários.

 PRIMÁRIOS: São ligados à variedade de uvas que se utiliza na elaboração do vinho.
 SECUNDÁRIOS: São os mais comuns e fáceis de se perceber, porque são obtidos a partir da fermentação. A ação das leveduras cria moléculas que liberam aromas aos quais podemos associar a vegetais, frutos , flores, especiarias, etc. Mas a identificação dependerá da nossa memória olfativa, pois quem nunca cheirou lichia, cassis ou aspargos não conseguirá perceber esses aromas que o vinho libera. Por isso, na próxima vez que for ao mercado, aproveite para cheirar as frutas e legumes aguçando assim o olfato.
 TERCIÁRIOS: Esses se desenvolvem durante o processo de envelhecimento e dão ao vinho o que chamamos de "complexidade". Um vinho muito jovem terá apenas os aromas primários e secundários, mas vinhos com cinco anos ou mais por exemplo, poderão apresentar aromas de tostado, terra, cogumelo e couro. Mas se você não consegue identificar bem os aromas de um vinho, não se preocupe, porque isso varia muito de pessoa para pessoa. Além disso, somos muito influenciados por opiniões alheias. Se alguém na mesa menciona que o aroma daquele chardonnay lembra abacaxi ou que aquele cabernet sauvignon tem cheiro de pimenta verde, imediatamente iremos concordar.

 A visão nem precisa comentar, pois basta colocar o olhar em uma taça com vinho para perceber facilmente a sua cor, limpidez, transparência e intensidade.O quadro abaixo nos ajudará bastante...
 VINHO BRANCO: Amarelo fraco, amarelo esverdeado, amarelo citrino, amarelo palha, amarelo dourado e amarelo carregado;
 VINHO TINTO: Vermelho claro, vermelho cereja, vermelha violeta, vermelho telha, vermelho escuro, vermelho acastanhado e castanho;
 VINHO ROSÉ: Rosa acinzentado, rosa salmão, rosa amarelado, rosa cobre, alaranjado, casca de cebola, rosa âmbar e castanho.

Para não errar

Um dilema com o qual nos deparamos quando estamos diante de uma carta de vinhos em um restaurante, ou à frente de uma prateleira de supermercado é a escolha do vinho ideal. Lógico que a primeira coisa que vem à cabeça é o preço da garrafa; nesse aspecto, os argentinos e chilenos ganham de goleada, porque são os de melhor custo-benefício. Nesse caso, se a escolha recair em um argentino, uma boa dica é escolher um elaborado a partir da uva malbec, pois a Região de Mendoza produz os melhores vinhos com esta casta. Se a escolha for por um chileno, você tem mais chances de acertar, considerando que esse País Andino e em forma de linguiça produz excelentes vinhos varietais com carménère, cabernet sauvignon e até merlot.
Agora, se estiver a fim de gastar um pouco mais, seguem algumas dicas "região-castas"...
Brasil: Merlot ou cabernet sauvignon (Miolo, Casa Valduga, Salton, Don Laurindo e Lídio Carraro) e espumantes da Serra Gaúcha, Serra Catarinense ou Vale do São Francisco
África do Sul: Pinotage
EUA: Merlot, cabernet sauvignon e zinfandel da Califórnia; pinot noir do Oregon ou Washington (Estado)
Uruguai: Tannat
Austrália: Shiraz ou sirah
Nova Zelândia (Região de Malbourough): O branco com sauvignon blanc
Para os vinhos produzidos na Europa, a escolha fica mais difícil porque no Velho Mundo há uma grande tradição de se produzir vinhos com cortes de diferentes castas, e dependendo de cada País, existem centenas de uvas autóctones (nativas de uma determinada região). A Espanha até produz varietais com a tempranillo, assim como a Itália com a sangiovese. De qualquer forma, você precisará conhecer um pouco melhor a tradição de cada produtor para não comprar "gato por lebre", pois os  bons vinhos da Europa chegam aqui no Brasil bem caros.

Castas pelo mundo

Quando começamos a beber vinho, travamos os primeiros contatos com as diferentes castas espalhadas pelo Mundo. Devem existir mais de 3.000 variedades de uvas viníferas distribuídas pelos quatro cantos da Terra. As mais conhecidas e que estão presentes na maioria dos supermercados e cardápios de restaurantes são de origem francesa: Tintas (cabernet sauvignon, merlot, syrah ou shiraz, carménère, malbec, pinot noir, cabernet franc, tannat e petit verdot); brancas (chardonnay, sauvignon blanc, chenin blanc, pinot gris e sémillon). Também famosas e bem degustadas, temos as italianas: Sangiovese, nebbiolo e bonarda; as espanholas: Tempranillo e garnacha ou granache; as portuguesas: Touriga nacional e trincadeira (tintas), alvarinho, moscatel e encruzado (brancas) e as brancas alemãs: Gewürtztraminer e riesling. Não nos esqueçamos das também bem interessantes zinfandel americana e a pinotage sul africana.
Elas podem estar presentes nas garrafas sozinhas ou em mais de 85% da composição, quando os vinhos são chamados de varietal; ou em "cortes" (também conhecido como "assemblage"), sendo as castas misturadas, obtendo teoricamente o melhor da característica de cada uva. No Velho Mundo, a maioria dos vinhos é feita no método de assemblage, principalmente em Portugal e França (exemplo do corte bordolês, que é feito geralmente com cabernet sauvignon, merlot, cabernet franc e petit verdot).
Os  varietais são mais comuns no Novo Mundo, onde os vinhos são mais alcoolicos e frutados.
O mais importante é experimentar de tudo para tirar as nossas próprias conclusões...



Um chileno e um argentino

O Grupo Catena Zapata é um dos maiores produtores da Argentina. Dentre as suas marcas mais conhecidas aqui no Brasil, podemos citar a Alamos, sempre com preços bem atrativos. Bebi na sexta-feira um Alamos malbec 2009 no Restaurante Joe & Leo´s acompanhando uma costelinha de porco na brasa com molho barbecue. A uva malbec sempre se dá bem com qualquer prato ligado a churrasco, principalmente uma picanha. Paguei por esse vinho no cardápio R$63,00, mas vocês encontram em qualquer Supermercado por  R$35,00/R$40,00.
Outro bom vinho que bebi ontem foi o chileno Gran Reserva Tarapacá syrah 2008, muito bem acompanhado de um macarrão bavete com molho vermelho, presunto de parma em tiras e cogumelos fatiados. Comprei em uma dessas lojas virtuais por R$54,00 em promoção. Ele é encontrado no comércio por  R$60,00/R$70,00.

Um ótimo chileno

Bebi ontem um ótimo chileno da Casa Concha y Toro. Trata-se do Marques de Casa Concha 2009 carmenere. Eu comprei na Cobal do Rio por R$55,00, mas acredito que vocês o encontrarão por esse mesmo preço pelo Brasil. Para aqueles que não querem desembolsar uns R$300,0 pelo Don Melchor, que é o melhor vinho produzido por essa famosa Vinícola do Chile, o "Marques" substitui bem e com elegância.
Ele combinou muito bem com macarrão e molho de tomate c/ filé mignon cortado na ponta da faca.
Bom apetite !

Bebi e recomendo

Mas as "notas" olfativas e de paladar ficam por conta de vocês...

  • Fleur du Cap Pinotage 2009 (África do Sul) - R$26,00 no Supermercado Extra. Bom custo/benefício;
  • Cardo Real 2009 (Região das Beiras/Portugal) corte das costas: Baga, trincadeira e touriga nacional*;
  • Conde de Sabugal 2008 (Região do Douro/Portugal) corte das castas: Touriga nacional, tinta roriz e touriga franca)*
*Comprei esses portugueses em um leilão. Não são muito fáceis de encontrá-los no Brasil, mas vale o esforço na procura, pois são ótimos!

Vinho e saúde


Em um passado longínquo,  civilizações antigas (gregas, romanas, arábicas, egípcias e outras menos votadas), utilizaram o vinho como remédio para diferentes males. Não faz muito tempo -para aqueles acima dos 40 anos - nossos pais lançavam mão do famoso “Vinho Reconstituinte Silva Araújo” para aumentar o “apetite e fortalecer os músculos” dos seus pimpolhos. Se esse líquido era usado de forma medicinal por povos avançados da época, alguma coisa de científico tinha que estar por trás disso. Nos últimos anos, centenas de trabalhos científicos tem inundado os veículos de comunicação e as redes sociais, afirmando que o consumo de vinho de forma regular e moderada, previne uma série de doenças, principalmente relacionadas às doenças cardiovasculares. Lógico que alguns desses estudos não possuem um fundamento científico sólido e são publicados por Instituições de pouca credibilidade; mas de qualquer forma, para nós amantes da bebida de Baco, tudo que é publicado a favor é um estímulo ao brinde. 
A premissa da ação cardioprotetora do vinho (principalmente o tinto) se baseia na presença de polifenóis (flavonóides, taninos, catecinas, resveratrol, etc). Os polifenóis são substâncias naturais encontradas em plantas. Muitas destas substâncias são classificadas como antioxidantes naturais e possuem propriedades terapêuticas, estando presentes em alimentos e plantas medicinais.
Para reforçar esse conceito temos o "paradoxo francês", pois sabemos que nossos irmãos latinos lá da Europa bebem muito vinho; e a despeito de comerem muito pão, manteiga e queijos gordurosos, figuram nas estatísticas como a população com menor incidência de doenças cardiovasculares.




Debutando

Alô Amigos!
Hoje começo aqui neste espaço, uma nova forma de abordagem sobre o mundo do vinho. Pretendo discutir com todos que gostam de degustar uma boa taça do líquido mais precioso do planeta (pelo menos para aqueles que foram iniciados na bebida do Deus romano "Baco").
Aqui não trataremos de frescuras e afetações próprias daqueles que julgam que o vinho é para poucos iniciados (os enochatos). O Brasil cresce no consumo deste fermentado e cada vez mais brasileiros se interessam pelo tema, principalmente dicas básicas como: Qual é a melhor uva? Como combiná-la com os diferentes pratos? O quê comprar? Onde comprar? Como armazenar? Qual a melhor temperatura de guarda e serviço? E principalmente, qual o melhor custo benefício?
Hoje podemos beber ótimos vinhos sem precisar desembolsar quantias absurdas; afinal, quem poderá um dia beber um Premier Grand Cru de Bordeaux ou um Romanée Conti? Provavelmente nunca beberemos...
Fiquemos então com os bons e acessíveis; porque acreditem, eles existem!
Desfrutem!