Para não errar

Um dilema com o qual nos deparamos quando estamos diante de uma carta de vinhos em um restaurante, ou à frente de uma prateleira de supermercado é a escolha do vinho ideal. Lógico que a primeira coisa que vem à cabeça é o preço da garrafa; nesse aspecto, os argentinos e chilenos ganham de goleada, porque são os de melhor custo-benefício. Nesse caso, se a escolha recair em um argentino, uma boa dica é escolher um elaborado a partir da uva malbec, pois a Região de Mendoza produz os melhores vinhos com esta casta. Se a escolha for por um chileno, você tem mais chances de acertar, considerando que esse País Andino e em forma de linguiça produz excelentes vinhos varietais com carménère, cabernet sauvignon e até merlot.
Agora, se estiver a fim de gastar um pouco mais, seguem algumas dicas "região-castas"...
Brasil: Merlot ou cabernet sauvignon (Miolo, Casa Valduga, Salton, Don Laurindo e Lídio Carraro) e espumantes da Serra Gaúcha, Serra Catarinense ou Vale do São Francisco
África do Sul: Pinotage
EUA: Merlot, cabernet sauvignon e zinfandel da Califórnia; pinot noir do Oregon ou Washington (Estado)
Uruguai: Tannat
Austrália: Shiraz ou sirah
Nova Zelândia (Região de Malbourough): O branco com sauvignon blanc
Para os vinhos produzidos na Europa, a escolha fica mais difícil porque no Velho Mundo há uma grande tradição de se produzir vinhos com cortes de diferentes castas, e dependendo de cada País, existem centenas de uvas autóctones (nativas de uma determinada região). A Espanha até produz varietais com a tempranillo, assim como a Itália com a sangiovese. De qualquer forma, você precisará conhecer um pouco melhor a tradição de cada produtor para não comprar "gato por lebre", pois os  bons vinhos da Europa chegam aqui no Brasil bem caros.

Castas pelo mundo

Quando começamos a beber vinho, travamos os primeiros contatos com as diferentes castas espalhadas pelo Mundo. Devem existir mais de 3.000 variedades de uvas viníferas distribuídas pelos quatro cantos da Terra. As mais conhecidas e que estão presentes na maioria dos supermercados e cardápios de restaurantes são de origem francesa: Tintas (cabernet sauvignon, merlot, syrah ou shiraz, carménère, malbec, pinot noir, cabernet franc, tannat e petit verdot); brancas (chardonnay, sauvignon blanc, chenin blanc, pinot gris e sémillon). Também famosas e bem degustadas, temos as italianas: Sangiovese, nebbiolo e bonarda; as espanholas: Tempranillo e garnacha ou granache; as portuguesas: Touriga nacional e trincadeira (tintas), alvarinho, moscatel e encruzado (brancas) e as brancas alemãs: Gewürtztraminer e riesling. Não nos esqueçamos das também bem interessantes zinfandel americana e a pinotage sul africana.
Elas podem estar presentes nas garrafas sozinhas ou em mais de 85% da composição, quando os vinhos são chamados de varietal; ou em "cortes" (também conhecido como "assemblage"), sendo as castas misturadas, obtendo teoricamente o melhor da característica de cada uva. No Velho Mundo, a maioria dos vinhos é feita no método de assemblage, principalmente em Portugal e França (exemplo do corte bordolês, que é feito geralmente com cabernet sauvignon, merlot, cabernet franc e petit verdot).
Os  varietais são mais comuns no Novo Mundo, onde os vinhos são mais alcoolicos e frutados.
O mais importante é experimentar de tudo para tirar as nossas próprias conclusões...



Um chileno e um argentino

O Grupo Catena Zapata é um dos maiores produtores da Argentina. Dentre as suas marcas mais conhecidas aqui no Brasil, podemos citar a Alamos, sempre com preços bem atrativos. Bebi na sexta-feira um Alamos malbec 2009 no Restaurante Joe & Leo´s acompanhando uma costelinha de porco na brasa com molho barbecue. A uva malbec sempre se dá bem com qualquer prato ligado a churrasco, principalmente uma picanha. Paguei por esse vinho no cardápio R$63,00, mas vocês encontram em qualquer Supermercado por  R$35,00/R$40,00.
Outro bom vinho que bebi ontem foi o chileno Gran Reserva Tarapacá syrah 2008, muito bem acompanhado de um macarrão bavete com molho vermelho, presunto de parma em tiras e cogumelos fatiados. Comprei em uma dessas lojas virtuais por R$54,00 em promoção. Ele é encontrado no comércio por  R$60,00/R$70,00.

Um ótimo chileno

Bebi ontem um ótimo chileno da Casa Concha y Toro. Trata-se do Marques de Casa Concha 2009 carmenere. Eu comprei na Cobal do Rio por R$55,00, mas acredito que vocês o encontrarão por esse mesmo preço pelo Brasil. Para aqueles que não querem desembolsar uns R$300,0 pelo Don Melchor, que é o melhor vinho produzido por essa famosa Vinícola do Chile, o "Marques" substitui bem e com elegância.
Ele combinou muito bem com macarrão e molho de tomate c/ filé mignon cortado na ponta da faca.
Bom apetite !

Bebi e recomendo

Mas as "notas" olfativas e de paladar ficam por conta de vocês...

  • Fleur du Cap Pinotage 2009 (África do Sul) - R$26,00 no Supermercado Extra. Bom custo/benefício;
  • Cardo Real 2009 (Região das Beiras/Portugal) corte das costas: Baga, trincadeira e touriga nacional*;
  • Conde de Sabugal 2008 (Região do Douro/Portugal) corte das castas: Touriga nacional, tinta roriz e touriga franca)*
*Comprei esses portugueses em um leilão. Não são muito fáceis de encontrá-los no Brasil, mas vale o esforço na procura, pois são ótimos!

Vinho e saúde


Em um passado longínquo,  civilizações antigas (gregas, romanas, arábicas, egípcias e outras menos votadas), utilizaram o vinho como remédio para diferentes males. Não faz muito tempo -para aqueles acima dos 40 anos - nossos pais lançavam mão do famoso “Vinho Reconstituinte Silva Araújo” para aumentar o “apetite e fortalecer os músculos” dos seus pimpolhos. Se esse líquido era usado de forma medicinal por povos avançados da época, alguma coisa de científico tinha que estar por trás disso. Nos últimos anos, centenas de trabalhos científicos tem inundado os veículos de comunicação e as redes sociais, afirmando que o consumo de vinho de forma regular e moderada, previne uma série de doenças, principalmente relacionadas às doenças cardiovasculares. Lógico que alguns desses estudos não possuem um fundamento científico sólido e são publicados por Instituições de pouca credibilidade; mas de qualquer forma, para nós amantes da bebida de Baco, tudo que é publicado a favor é um estímulo ao brinde. 
A premissa da ação cardioprotetora do vinho (principalmente o tinto) se baseia na presença de polifenóis (flavonóides, taninos, catecinas, resveratrol, etc). Os polifenóis são substâncias naturais encontradas em plantas. Muitas destas substâncias são classificadas como antioxidantes naturais e possuem propriedades terapêuticas, estando presentes em alimentos e plantas medicinais.
Para reforçar esse conceito temos o "paradoxo francês", pois sabemos que nossos irmãos latinos lá da Europa bebem muito vinho; e a despeito de comerem muito pão, manteiga e queijos gordurosos, figuram nas estatísticas como a população com menor incidência de doenças cardiovasculares.




Debutando

Alô Amigos!
Hoje começo aqui neste espaço, uma nova forma de abordagem sobre o mundo do vinho. Pretendo discutir com todos que gostam de degustar uma boa taça do líquido mais precioso do planeta (pelo menos para aqueles que foram iniciados na bebida do Deus romano "Baco").
Aqui não trataremos de frescuras e afetações próprias daqueles que julgam que o vinho é para poucos iniciados (os enochatos). O Brasil cresce no consumo deste fermentado e cada vez mais brasileiros se interessam pelo tema, principalmente dicas básicas como: Qual é a melhor uva? Como combiná-la com os diferentes pratos? O quê comprar? Onde comprar? Como armazenar? Qual a melhor temperatura de guarda e serviço? E principalmente, qual o melhor custo benefício?
Hoje podemos beber ótimos vinhos sem precisar desembolsar quantias absurdas; afinal, quem poderá um dia beber um Premier Grand Cru de Bordeaux ou um Romanée Conti? Provavelmente nunca beberemos...
Fiquemos então com os bons e acessíveis; porque acreditem, eles existem!
Desfrutem!