Clube de vinhos. Ainda vale a pena?

A moda dos Clubes de Vinhos estourou há alguns anos atrás, principalmente por conta de muitas Lojas Virtuais que estavam sendo lançadas na época. Mais do que estimular a cultura do vinho, a estratégia clara era vender mais, "amarrando" o cliente em compras mensais onde quem escolhia o vinho que o comprador iria beber era o próprio comerciante (o dono do E-Commerce).
Para os acomodados e preguiçosos, que não tinham muita paciência (ou algum conhecimento) para garimpar marcas nos supermercados e lojas físicas, era uma boa opção. Com o crescente conhecimento enológico dos consumidores e as muitas ofertas disponíveis, essa artimanha de venda ficou sem sentido e perderá cada vez mais adeptos.
Afinal, por que pagar um valor mensal em uma escolha no escuro? Será que o gosto do dono do negócio é o mesmo dos milhares de clientes? Ou, sem querer ser maldoso, o "administrador do Clube do Vinho" não estaria empurrando um rótulo que está encalhado na sua Loja?
Pensem nisso! Nada supera o seu poder de escolha.

Bons Brindes!

Pequenos... "Grandes" produtores brasileiros

Todos aqueles que militam no mundo do vinho reconhecem a importância das gigantes brasileiras (Miolo, Salton, Aurora, etc), mas há vida (quero dizer, vinho!) além das cercas que delimitam suas plantações!
Infelizmente a grande maioria dos pequenos e médios produtores nacionais não conseguem colocar seus rótulos ao alcance do consumidor dos Grandes Centros. Simplesmente não há espaço nas prateleiras e cardápios paulistanos, cariocas, mineiros, baianos...
Perdemos todos nós, que não conseguimos degustar grandes vinhos elaborados com esmero, e muitas das vezes, com qualidade bem superior aos "de sempre".
Precisamos dar uma chance ao nosso paladar. Ele não pode ficar padronizado.
Diga sim ao pequeno produtor!

Lysias, filho de Baco

Importado recentemente pela Bracara de Curitiba, tive a oportunidade de provar o Lysias, um vinho regional alentejano produzido pela Herdade do Carvalhal (Portoalegre - Alentejo).
Esse tinto 2007, elaborado com as autóctones trincadeira, aragonês e alicante bouchet, estava na sua melhor forma.
A cor não tão brilhante e intensa (tipo rubi), tendendo mais para um tom granada, mostra que ele evoluiu. No nariz estava inicialmente um pouco fechado, natural para um tinto de 2007, mas melhorou bastante depois do contato com o frango defumado que o acompanhou, despertando uma lembrança de fruta vermelha mais madura e alguma especiaria que não consegui identificar.
Na boca apresentou uma boa maciez e com taninos muito bem equilibrados e álcool bem domado.
Sem dúvida que foge bem das obviedades modernas do Novo Mundo, tratando-se de um bom vinho gastronômico. 
Bom custo-benefício ! Abaixo da faixa dos R$35,00...


Calorias por taça de vinho

Para os preocupados com a balança, segue abaixo tabela de calorias elaborada pelo site Lifehacker.
Considerem que cada taça tem 140 ml do fermentado... Essa é em média a dose diária recomendada pelas pesquisas científicas, que proporcionam benefícios à saúde.
Como curiosidade, para  "Os Vigilantes do Peso" essa dose tem 2 pontos.

O Ótimo Scala Coeli com bacalhau

Todos nós sabemos que o único peixe que consegue combinar adequadamente com o vinho tinto é o bacalhau. Entenda-se como bacalhau verdadeiro o que está descrito abaixo:
    "O Cod Gadus Morhua é o Legítimo Bacalhau. É pescado no Atlântico Norte e considerado o mais nobre tipo de bacalhau. Tem coloração palha e uniforme quando salgado e seco; quando cozido, desfaz-se em lascas claras e tenras, de sabor inconfundível e sublime. É o bacalhau recomendado em todos os pratos da cozinha internacional." 


Muitos acreditam que essa combinação com os vinhos tintos seria pela característica "untuosa" do bacalhau, mas isso é um engano, pois a quantidade de gordura desse peixe não ultrapassa 1% (1g para cada 100 g do pescado). Ele é rico sim em proteínas de elevado valor biológico e altos teores de vitaminas (A, E, B6 e B12). De qualquer forma, ninguém duvida que o seu gosto marcante e muito diferente dos demais peixes, casa perfeitamente com vinhos até muito encorpados; até mesmo quando o bacalhau é preparado com determinados temperos e acompanhamentos, como é o caso do feito ao Brás da foto abaixo (ovo e muita cebola).



Para o encontro com esse Bacalhau ao Brás, "convidei" um legítimo regional alentejano da Adega Cartuxa (Fundação Eugênio de Alemida - Évora). O Scala Coeli 2009 é uma maravilha e precisa ser experimentado, já que está disponível no Brasil. A Cartuxa faz o Scala Coeli sempre com a melhor casta de cada ano e é sempre em monovarietal. Esse 2009 foi de 100% touriga franca (Ex. o 2007 foi elaborado com touriga nacional e o 2008 com a alicante bouschet).
Optei pela aeração e não me arrependi. Depois de cerca de 45 minutos no decanter, toda a exuberância da touriga franca estava presente: Aromas potentes de compotas e figo. Na boca percebi frutas maduras, principalmente ameixas, com taninos fortes mas elegantes. O melhor vinho que bebi esse ano !!!

Bons Brindes !