Um branco californiano

Encontrar um bom vinho californiano no mercado brasileiro não é uma missão das mais fáceis. Os EUA são os maiores consumidores de vinho do Mundo e esse consumo não para de crescer. Em 2011 foram "derrubadas" aproximadamente 2,808 bilhões de garrafas pelos ianques, sendo que o consumo dos fermentados nacionais já supera os importados. Quase toda a produção americana é absorvida pelo mercado interno, ficando difícil para as importadores trazerem bons rótulos com preços acessíveis.
Essa semana, para a minha surpresa e da minha mulher Eliane, encontramos uma preciosidade na Loja/Restaurante Apreciatti no Shopping Tijuca. O achado foi um Castoro Cellars viognier 2007 pela "bagatela" de R$59,00.       


image


Esse ótimo branco californiano é produzido pela Castoro Wines em Paso Robles, que é uma área produtora de vinho localizada no Condado de San Luis Obispo/California.
A viognier é uma casta branca oriunda do Rhône, mas com uma característica que a difere das outras brancas francesas: Adapta-se muito bem ao sol e calor, como no caso do oeste americano. Seus vinhos são caracterizados por forte aroma de frutas maduras e açucaradas (abacaxi, maracujá e manga).

Bons brindes e aproveitem os brancos nesse verão brasileiro  !

Alterações na Diretoria da SBAV-RIO

Para surpresa de muitos associados da entidade, essa semana foi anunciada a saída de Paulinho Gomes e Paulo Nicolay, fundadores da SBAV-Rio em 2007. Assume interinamente a Presidência, o atual Diretor Social Affonso Nunes.
Segue abaixo comunicado na íntegra:


Amigas e amigos do vinho,

Como já deve ser do conhecimento de vocês, assumi a presidência interina da Sbav-Rio em função dos pedidos de afastamento dos fundadores Paulinho Gomes e Paulo Nicolay, respectivamente presidente e vice-presidente da nossa entidade.

Antes de mais nada, em nome de todos os associados, dirijo um agradecimento aos dois por todo o trabalho realizado desde a construção da entidade. Foram anos de dedicação que merecem ser reconhecidos por todos. Temos a certeza de que mesmo fora da diretoria tanto o Paulinho quanto o Nicolay seguirão intimamente ligados à Sbav-Rio.

Desde sua fundação, em 2007, a Sbav-Rio consolidou-se como uma alternativa para quem aprecia o vinho e não faz questão da formalidade excessiva, assim como dá valor ao conhecimento deste vasto universo, mas não abre mão da alegria e da descontração. Tenho um amigo que costuma repetir que, ao longo de sua vida, não fez nenhum amigo bebendo leite. Na Sbav-Rio, o vinho nunca está de gravata!

A filosofia de trabalho da Sbav-Rio já está consolidada. Nosso desafio agora é ampliar os horizontes da entidade, incorporando mais e mais pessoas à nossa caminhada.

É sabido que o consumo de vinho vem crescendo de forma consistente no Brasil. Isso significa a chegada de novos consumidores ao mercado e é dever da Sbav-Rio contribuir para que esses novos consumidores possam degustar mais e melhores vinhos.

Desejamos refletir, de forma profunda, os formatos de nossos eventos para que possamos atingir um universo maior de pessoas, aumentar nosso quadro associativo e, conseqüentemente, fortalecer nossa entidade.

Convoco cada associado a aderir a este projeto da forma que lhe for possível. O tempo é de dialogar, de ouvir, de abrir-se ao novo. Também é tempo de somar forças, resgatar os amigos de vinho que por algum motivo acabaram se afastando de nosso convívio.

O tempo que vislumbramos é o tempo de parcerias. O melhor caminho é aquele que se trilha junto. E se for com uma taça à mão, melhor ainda.

Enoabraços,
Affonso Nunes - Presidente Interino

Degustação na SBAV-RIO

Esta semana eu e minha esposa participamos de mais uma tradicional degustação realizada pela SBAV-Rio na sua bela sede de Botafogo (Rua Martins Ferreira, 71). Promovida pela Domno, importadora do Grupo Valduga, com vinhos da França e Portugal.
Comandada pelo Diretor Social Affonso Nunes, que fez as honras da casa; Jones Valduga, Diretor Administrativo da Domno e o enólogo Márcio Mortari, Gerente Regional de Vendas apresentaram o seu portfolio de franceses e portugueses.
Foram degustados os seguintes vinhos:

Espumante Domno Ponto Nero Brut - Garibaldi/RS - Brasil
Produzido pelo método charmat (diferentemente do método champenoise, o vinho é submetido à segunda fermentação em tanques de aço inox e não na própria garrafa, sendo engarrafado sob pressão) pela própria importadora no Vale dos Vinhedos, com o corte de 60% de chardonnay, 30% de pinot noir e 10% de riesling.
Apresentou cor amarelo-palha, notas de frutas tropicais e maça; assim como acidez equilibrada e boa cremosidade.
Preço tabela: R$31,00
Bom custo benefício! Boa dica para as festas desse final de ano!

Antoine Moueix Bordeaux Blanc 2009 - França
Produzido pela vinícola do mesmo nome em Saint-Emilion/Bordeaux, esse branco feito 100% com sauvignon blanc, passa 6 meses em carvalho francês. Aromas de frutas cítricas e flores brancas, estava bem mineral e com acidez agradável.
Preço tabela: R$84,00
O preço é um pouco mais "salgado" que os diversos brancos disponíveis no mercado brasileiro, mas trata-se de um sauvignon blanc bem diferente que os chilenos e argentinos que estamos acostumados a beber com a mesma casta. Esse francês é bem mais estruturado e libera uma riqueza de aromas maior que os sulamericanos.

Catedral Dão DOC 2008 - Portugal
Com 50% de tinta roriz, 30% de alfrocheiro e 20% de touriga nacional; esse tinto produzido no Dão pela Vinícola Caves Velha do Grupo português Enoport se destacou na minha opinião pelo seu bom custo benefício. Passou 6 meses em carvalho. Notas de tostados, especiarias e frutas vermelhas.
Preço tabela: R$35,00
Boa dica para acompanhar o bacalhau do natal!

Magna Carta Reserva 2008 - Portugal
Também da Caves Velha, esse é do Alentejo com 40% syrah, 40% aragonês e 20% de alicante bouchet; passando 9 meses em carvalho fancês. Mostrou jovialidade, corpo médio, leve acidez e aromas frutados, principalmente ameixa e amora. A presença de madeira é também bem sentida.
Talvez possa até melhorar com o tempo.
Preço tabela: R$68,00
Um ótimo vinho e uma boa dica para aqueles momentos mais especiais. O preço não é nenhum absurdo.

Château Tour de Capet 2009 - França
De Saint-Emilion e da Antoine Moueix, esse tinto é um básico de Bordeaux com o tradicional corte da região: 80% merlot, 10% cabernet franc e 10% cabernet sauvignon. Passa de 12 meses em carvalho. Apresenta cor rubi, aroma de frutas vermelhas maduras e com boa estrutura na boca.
Preço tabela: R$138,00
Na minha opinião perde no custo benefício para os bons chilenos e argentinos na categoria que compete.

Chapelle Saint-Martin 2009 - França
Outro de Saint-Emilion da mesma vinícola acima. Outro corte tradicional da região mas com um tempo menor de barril que o Tour de Capet (6 meses). Os 70% de merlot, 25% de cabernet franc e 5% de cabernet sauvignon lhe dão uma cor vermelha mais para o grená, aroma intenso lembrando compota de frutas vermelhas e mirtilo, apresentando uma boa estrutura na boca.
Preço tabela: R$79,00
Tem preço e estilo para brigar no mercado brasileiro. Vale a pena provar.

Quinta do Boição Special Selection 2008 - Portugal
Da Caves Velha mas da Região de Estremadura (Lisboa DOC), esse tinto com 60% de touriga nacional e 40% de syrah não decepcionou, tornando-se na minha opinião e da minha esposa a estrela da noite. Um grande vinho que pode com certeza evoluir ainda mais nos próximos 4 anos. Talvez mereça uma decantação. Passou 12 meses em barricas de carvalho francês. Cor vermelha mais escura, notas de especiarias muito finas em companhia de um ligeiro tostado; alguns presentes na degustação preceberam um verdareiro "molho de tomate rico em majericão". A baunilha também estava presente no aroma. Grande volume na boca, encorpado e vigoroso.
Preço tabela: R$215,00
Por conta do preço, que eu acho justo pela qualidade desse caldo, deve ser reservado para momentos especiais e de preferência decantando-o no mínimo 1 hora antes do consumo.
Grande pedida !

Um bom francês

Todos nós sabemos que não e fácil escolher um bom (e barato) vinho francês aqui no Brasil, principalmente ser for um de Bordeaux. Essa Região do Sudoeste da França e próxima ao Oceano Atlântico possui cerca de 13 mil produtores cultivando mais de 100 mil hectares. Sua produção anual está na casa das 660 milhões de garrafas, tornando-a a maior produtora de vinhos finos do Mundo. Esses números impressionantes tornam a tarefa de separar o joio do trigo bem difícil para aqueles que não são profundos conhecedores da "geografia comercial" local. Bordeaux pode tanto produzir grandes e ótimos fermentados de Baco, como da mesma forma jogar no mercado verdadeiras porcarias.
Achar nos supermercados brasileiros um bom Bordeaux com custo abaixo dos R$50,00 é às vezes uma missão quase sempre frustrante. Bem, "arrisquei" uma compra de um no Supermercado Mundial (presente somente no Rio) pelo valor de R$36,00 (um grande risco) e me surpreendi positivamente.



Trata-se do "Tertre de Calon 2009", produzido pela Maison Querre na famosa sub-região de Saint-Emilion. Ele é produzido com 80% de merlot e 20% de cabernet franc, com a quantidade ideal de álcool (para o meu gosto)12,5%.
O paladar é rico, macio e com frutas vermelhas. Estava bem equilibrado.
Com esse preço, concorre tranquilamente com os bons chilenos e argentinos da mesma faixa.

Bons brindes e teste os franceses!