Armazenamento

   Para que possamos aproveitar o que de melhor a bebida de baco pode nos proporcionar, devemos considerar o bom armazenamento (ou guarda) como uma fator primordial. Lembrem-se que o cuidado com a guarda do vinho não se restringe somente após a compra. Tenham sempre o cuidado na escolha do local onde vocês compram seu precioso líquido, pois não existe coisa mais desagradável do que abrir uma garrafa e descobrir que a rolha "se esfarelou" ou que o gosto parece mais um vinagre de tão ácido. Supermercados são boas opções para a compra, principalmente pelo custo-benefício; nesse caso, optem em comprar vinhos mais jovens e baratos, que são os de maior "rotatividade" e raramente ficam encalhados nas prateleiras. Evitem os mais caros e de maior complexidade; esses, por terem um custo maior, ficam mais tempo no estoque, principalmente se o supermercado tiver um apelo mais popular (exceção para os mais sofisticados e localizados em áreas mais nobres da Cidade).
  Uma vez em casa, se você for bebedor regular do "fermentado dos deuses", procure adquirir uma adega climatizada e de preferência sem compressor (as termoelétricas), por conta da trepidação que pode alterar aromas e sabores de um vinho mais elaborado. O problema é que em Cidades muito quentes no verão, essas adegas não conseguem manter a temperatura mínima adequada, pois funcionam com troca de calor. Uma adega de 12 garrafas já atende muito bem. Eu tenho uma Brastemp AllBlack 12 garrafas com sistema eletrônico de refrigeração que passou muito bem pelo teste do último verão no Rio de Janeiro. Coloque-a no local mais fresco da casa, longe da luminosidade e umidade excessivas. (Eu voltarei nesse tema, que merece uma abordagem mais detalhada).
 A posição em horizontal é a melhor forma de evitar o ressecamento das rolhas.
 A temperatura de guarda deverá ser constante e dependendo do tipo de vinho, em torno dos 14° para os tintos e 12° para os brancos. Tem pessoas que gostam de beber vinho branco, principalmente no verão, gelado; ok, não é nenhum sacrilégio, mas evitem temperaturas muito baixas, pois podem alterar muito o sabor (qualquer bebida muito gelada afeta a capacidade das papilas gustativas de "perceber" o sabor das diferentes substâncias).
 Para os tintos, nunca os sirva em temperaturas superiores a 22° ou menores de 12°, pois ficam intragáveis.
 Nunca se deve esquecer que a maioria dos vinhos que consumimos no Brasil são jovens e não melhoram na guarda; podem até ficar um certo tempo armazenados em nossas casas, mas não por muito tempo. Esse vinhos são feitos para consumo imediato (alguns nem passam por barril durante a sua elaboração).
 Os vinhos mais complexos (os Grand Reserva, Reserva Especial, etc), que geralmente durante a sua elaboração, "descansam e evoluem" 18 meses em barris de carvalho; esses sim podem ser guardados por longos períodos de até 10 anos (ou mais se você tiver o privilégio de ter um "medalhado").
 Uma dúvida que sempre nos persegue é o que fazer com a sobra (aquela meia garrafa que não conseguimos beber em um dia). Ela pode ser guardada? Os especialistas dizem que sim, por até 2 dias, mas a minha experiência pessoal mostra que se bem vedadas, "sobrevivem" bem por uma semana.

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